As ciências atuariais têm uma longa história que remonta a séculos passados, quando a necessidade de avaliar riscos e incertezas se tornou cada vez mais importante. Essa disciplina se concentra no estudo de eventos futuros incertos, particularmente no contexto de seguros e pensões.
A palavra “atuarial” deriva do termo latino “actuarius”, que significa “relativo a atos ou ação”. Sua origem remonta ao século XVII, quando os primeiros registros de atividades atuariais começaram a surgir na Europa. No entanto, os conceitos subjacentes às ciências atuariais podem ser traçados ainda mais longe no tempo.
As raízes da atuária podem ser encontradas na antiguidade, quando as civilizações antigas, como a Babilônia, desenvolveram métodos rudimentares de avaliação de riscos. Por exemplo, os comerciantes babilônios usavam contratos de seguro para proteger suas mercadorias contra perdas durante o transporte. Embora esses contratos não fossem tão sofisticados quanto os sistemas atuariais modernos, eles já demonstravam uma compreensão primitiva dos riscos e das medidas necessárias para mitigá-los.
No entanto, foi somente no século XVII que a atuária começou a se estabelecer como uma disciplina formal. Naquela época, as empresas de seguro começaram a surgir e a necessidade de avaliar riscos e calcular prêmios se tornou evidente. Blaise Pascal e Pierre de Fermat, matemáticos franceses, são frequentemente considerados os fundadores dos princípios do cálculo de probabilidades, que desempenham um papel fundamental na atuária.
À medida que o setor de seguros se desenvolvia, os atuários tornaram-se cada vez mais importantes. Eles eram responsáveis por calcular prêmios adequados com base na avaliação dos riscos associados a uma determinada apólice. Com o tempo, os atuários também começaram a lidar com questões relacionadas a pensões e benefícios de aposentadoria, uma vez que esses planos envolvem a avaliação de riscos futuros de longo prazo.
No século XVIII, a atuária se espalhou para outros países, como a Alemanha, onde o primeiro curso de estatística foi estabelecido na Universidade de IENA, em 1708. A partir desse momento, a atuária continuou a evoluir e se tornou uma disciplina reconhecida em todo o mundo.
No Brasil, a história das ciências atuariais também tem marcos importantes. O primeiro censo geral da população brasileira foi realizado em 1872, pelo Visconde do Rio Branco, chamando a atenção para a importância dos dados populacionais em estudos atuariais. Mais tarde, em 1936, foi fundado o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que desempenhou um papel fundamental na coleta e análise de dados estatísticos no país.
O avanço da tecnologia também teve um impacto significativo na evolução das ciências atuariais. A introdução do primeiro computador brasileiro em 1972 revolucionou a capacidade de armazenar, calcular e analisar grandes volumes de dados, permitindo que os atuários realizassem análises mais sofisticadas e precisas.
Atualmente, a atuária desempenha um papel primordial em diversas áreas, como seguros, pensões, gestão de riscos, previsão de tendências demográficas e financeiras, entre outras. Os atuários utilizam ferramentas e softwares estatísticos avançados para coletar, interpretar e analisar grandes conjuntos de dados, fornecendo informações cruciais para a tomada de decisões informadas em empresas e governos.
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Escrito por: Sophia Araújo de Moraes
